Atualmente a educação para a saúde mostra-se prioritária para a obtenção de uma melhor qualidade de vida. Entretanto, com a correria do dia-a-dia como é possível sobrar tempo para levar os filhos ao consultório médico ou dentário regularmente para que hábitos mais saudáveis sejam formados com este contato?

A revisão semestral no dentista muitas vezes acaba despercebida, tornando-se anual, já que os afazeres são muitos e o tempo passa excessivamente rápido. A dupla jornada de trabalho é uma realidade para inúmeras famílias, e aquelas que não hesitam em oferecer uma boa educação para suas crianças, confiam seus filhos aos profissionais de uma escola particular de qualidade. A educação em saúde é um instrumento de transformação social, onde toda a ação educativa propicia a reformulação de hábitos e a aceitação de novos valores. Desenvolver a consciência crítica, mostrando as causas da doença, possibilita mudanças de comportamento, e desta forma promove a manutenção do bem-estar físico e mental.

A responsabilidade da instituição de ensino quanto a formação social e cultural das crianças é indiscutível, ainda mais quando se sabe que a educação continuada e a motivação constante são as únicas maneiras eficazes para formar bons hábitos ou ocasionar uma real mudança em um padrão de comportamento errado para o certo, ou seja, para o mais adequado e saudável.

Estudos feitos no Rio Grande do Sul demonstram que a média de dentes cariados, perdidos e restaurados em escolas privadas é de 08, perdendo de forma arrasadora para as escolas públicas, onde a média é 03. Isto se deve ao fato de haver programas de promoção de saúde bucal nestas escolas há vários anos, enquanto muito pouco ou nada é feito na rede particular.

Ainda neste raciocínio, o único país a erradicar a doença cárie foi a Suécia, comprovando que um projeto bem elaborado e de fácil acesso à população pode controlar ou evitar as lesões de cárie quando atividades educativas são feitas no núcleo escolar e familiar e quando o paciente freqüenta de 3/3 meses, impreterivelmente, o dentista.

Com isto, não seria muito mais confortável e prático, as crianças receberem educação integral, objetivando a saúde geral dentro da escola? Onde profissionais especializados em atendimento para crianças garantem as avaliações clínicas e o aprendizado dirigido aos alunos, tornando possível a situação de cárie zero.

Hoje, não é coerente aceitar a forma de abordagem tradicional do tratamento da cárie, centrada na doença, apenas se preocupando com a solução das seqüelas do processo. Gradualmente, a atenção está se voltando ao observar e prevenir, ao invés do medicar e restaurar. Esta nova ideologia se torna mais acessível e de menor custo em qualquer instância, seja no âmbito da saúde pública, no consultório particular ou em outra instituição. A meta é valorizar a criança como um todo, um ser que está em pleno crescimento e desenvolvimento, precisando de estímulo e atenção precoce, minimizando os prejuízos em uma delicada formação.